INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade que a historia como ciência vem nos mostrando
o desenvolvimento das antigas civilizações naquela época. Assim, os séculos XVI
E XVII foram a época do declínio da dinastia Ming e de sua substituição, em
1644, por uma dinastia de bárbaros os Tsing. A china, durante este período,
vive à parte, fechada em si mesma. A insurreição de que resulta a queda da
dinastia mongólica dos Iuan e o advento dos Ming, em 1368, constituíam reacções
nacionais chinesas contra os bárbaros. Pouco a pouco o movimento nacionalista
dera seus frutos. Os chineses pretenderam voltar ao passado e às suas
tradições. Nesta época haviam contraído uma desconfiança para com o mundo
exterior.
Do ponto de vista específico do objectivo deste trabalho centra-se na
análise do aparecimento destas grandes dinastias que surgiram durante estes
séculos na china. Assim no primeiro capitulo faremos da dinastia imperial Ming,
onde abordaremos a crise sócios- económica, a pressão demográfica e a crise da
subsistência, as rebeliões populares, a crise social, o mandarinato, os
eunucos, e finalmente o seu declínio.
Para o segundo capitulo encontra-se aflorado a invasão da dinastia Tsing,
a sua conquista e expansão do poder manchu, sua determinação em levar a china a
adquirirem os seus hábitos e costumes, suas politicas expansionistas que os
converteriam nos donos da Ásia central, a submissão dos outros povos, e a
grande revolta dos camponeses.
No que tange o terceiro e ultimo capitulo podemos, de um modo geral, falar
do contacto entre a china e a Europa, e a evangelização dos chineses pelos
jesuítas e os missionários.
Este trabalho é de estremo interesse, uma vez que, possibilitará a
comunidade académica a ter uma certa concepção sobre a história da china desde
a antiguidade, a idade Media e agora na idade Moderna.
Para a elaboração deste trabalho utilizamos o método de pesquisa
bibliográfico, em obras que retratam especificamente a china deste período,
apesar de existir diversas obras que abordam a Idade Moderna.
CAPITULO I – A Dinastia Ming
1.1.
Os Ming no século XVI e XVII
Dinastia imperial chinesa fundada em 1368-1644 por Chu Yuan-Chang
revitalizou a civilização dos Tang e dos Song. Seu poder se consolidou de
maneira firme ao longo da Ásia Oriental. Restabeleceu-se o poder civil e o
império foi dividido em 15 província. Os Ming desenvolveram a administração e
progressivamente foram estendendo seu poder aos territórios do norte, do oeste
e do sudoeste. Activaram a agricultura, o comercio (da seda, algodão e cerâmica)
sobretudo no sul, ao longo do rio Yang tze. A actividade marítima alcançou seu
ponto culminante.[1]
Os primeiros Ming estabeleceram o sistema de relações tributárias,
mediante as quais os estados não chineses da Ásia Oriental reconheceram sua
supremacia cultural e moral, enviado tributos. A capital voltou a Pequim. O
poder se estendeu por todo o sudoeste da Ásia e da Índia. Chegando ate
Madagáscar.
A dinastia Ming também favoreceu um importante desenvolvimento cultural,
evidente principalmente na literatura chinesa. No entanto, apesar do êxito, a
dinastia Ming padeceu de continuas revoltas camponesa, conflitos militares com
os mongóis e outros grupos nómadas do norte, assim como a pirataria e as
incursões militares Japonesas.
No entanto, a partir de meados do
século XV, o poder Ming começou a declinar. Durante o período da decadência dos
Ming, iniciaram-se as relaxes marítimas com a Europa. Os primeiros a chegarem
fôramos portugueses, em 1521. em 1570, começou o comercio com os assentamento
espanhóis na Filipinas.
No início do século XVII, a dinastia teve sérios problemas. Em 1619 os
Holandeses estabeleceram-se em Taiwan e tomaram posse das ilhas dos pescadores.
A queda dos Ming
foi provocada por uma rebelião que explodiu na província de Changzhi, como resultado
da incapacidade governamental de proporcionar ajuda em momento de fome e
desemprego. Os Ming aceitaram a ajuda manchu para expulsar os rebeldes da
capital e os manchus negaram-se a abandonar Pequim, o que forçou os Ming a
retirarem-se para o sul da China. Viu-se envolvida em décadas de conflitos com
as tribos manhus do norte, que em meados do século, proclamaram uma nova
dinastia Tsing ou Manhu.
1.2. A Crise Socio-económica.
Após a insurreição de 1368, os Ming expulsaram da china a dinastia Mangol
dos yuan.
Ao longo do
século XV, a dinastia nacionalista dos Ming, ao mesmo tempo que se consolidava
no poder, virou-se sobre si mesma, cortando toda a projecção exterior.
No meio deste,
século, os navios não podiam navegar nas águas chinesas. Durante o século XVI e
parte do XVII a direcção politica dos Ming foi a história de uma decadência
lenta mas irreversível, que terminou, em 1664, com a tomada do poder pela
dinastia manchu dos Tsing.
As causas desta progressiva degradação do poder dos Ming foram várias e
muito complexas, mas todas elas giravam à volta de três elementos fundamentais:
a força económica das grandes famílias (os senhores feudais); instaladas nas
províncias do império, o velho e selectivo sistema administrativo dos Mandaris
e, finalmente, o todo poderoso ambiente imperial dos eunucos.[2]
1.3. A Pressão Demográfica e Crise de Subsistência.
A população cresceu a um ritmo vertiginoso. Em 1502 a China tinha 53 milhões
de habitantes, em 1578 já alcançava os 60 milhões e em 1670 ultrapassava os 100
milhões. A introdução de novas plantas (milho, batata) foi insuficiente para
superar as greves crise de subsistência que dizimavam aquela população
superabundante. Além disso, as crises agravavam-se à medida que era reduzida a
superfície cultivada, que passou de 42 milhões de hectares, em 1578, para 32 milhões,
em 1660. Assim, além de uma produção incapaz de compensar a elevada pressão
demográfica o regime de posse da terra evoluiu em sentido regressivo.
Durante este longo século XVI, os pequenos camponeses e os colonos
militares ( o soldado procurava a sua própria subsistência, evitando que o
camponês tivesse de o manter ás custas) foram expulsos dos seus campos devido á
volacidade insaciável dos eunucos, príncipes e senhores feudais. Aquelas
pequenas propriedades desapareceram pouco a pouco, face á extensão ilimitada da
grande propriedade.
Esta multidão de desenraizados não tinha outra saída além da submissão
servil ou fuga para zonas incontroladas, onde formavam bandos de salteadores e
de foragido. Os artesãos e os pequenos comerciantes não desfrutaram, por seu
lado, de uma melhor situação socio-económico, tendo em conta a subordinação total
do sector secundário ao primário.
1.4- As Rebeliões Populares. A crise Social.
Esta larga e profunda crise económica
desarticulou a inveterada organização social chinesa, cuja estrutura hierárquica
se apoiava na família. O agrupamento onze (11) famílias constituía um Jia e dez
Jias formavam um li. Este sistema social do lígia permitia certa autonomia
local, através do delegado imperial que se responsabilizava pelos assuntos da
administração publica e policial, oferecendo ás autoridades uma base homogénea
para a acção politica.
Mas aquela estratificação social e esta relação entre governante e
governado deteriorou-se tanto ao longo do século XVI (e sobretudo na primeira
metade do século XVII) que o povo, completamente empobrecido, se revoltou em
varias ocasiões, com virulência especialmente notável durante o mandado do
imperador Chung Chen (1628-1644).
Os chefes destas assoladoras insurreições populares foram Li-Tzu-Ching (1605-1645)
e Chau Hsien-Chung (1605-1647), ambos naturais de Sheinsi. Enquanto o segundo
invadia Suchuan, em 1643, o primeiro, á frente de tropas bem disciplinadas,
tomou Pequim, em 1644.
Face á envergadura desta revolta populares, que atacou com êxito o mesmo núcleo
do poder, o imperador chung suicidou-se. A entrada dos Manchus em Pequim, com a
ajuda do general Wu San-Kuei, obrigou o chefe rebelde a retirar-se, tendo
morrido no ano seguinte, em 1645, em hopei. A larga crise social, que roeu a granítica
autoridade imperial da dinastia Ming, abria-se portas da muralha da China á
dinastia estrangeira dos Tsing.
1.5. O Mandarinato[3]
Sobre esta sociedade, subjugada pelas grandes famílias dos senhores feudais,
era exercido o poder do estado, que tinha dois canais de acção politica: os
manchus e os eunucos. Os primeiros funcionários letrados, constituíram a
burocracia imperial, a qual se ascendia através de exames muito difíceis. Em
cada concurso, dos vários que tinham de ser feitos, tinha-se muito em conta os
modos de expressão, a ortodoxia das opiniões e a densidade de filosofia,
literatura, historia, agronomia e politica. Em cada prova só era admitido 1%
dos candidatos. E se os gastos dos estudos e dos exames eram muito elevados (no
inicio do século XVI para se poder realizar a ultima prova era necessário
possuir mais de 600 Taels de prata), o que realmente tornava dispendiosa esta
carreira administrativa dos seleccionados até encontrarem um posto de trabalho
na administração.
Assim, a formação intelectual destes funcionários letrados, que já
ascendiam a 100.000.nos fins de 11469, era de índole filosófica literária e os
conteúdos concretos dos seus conhecimento baseavam-se nas tradicionais
delineações doutrinais de Chu Shi
(1130-1200), segundo os quais se oferecia uma interpretação materialista do confucionismo.
Para este filosofo da época Song, o cosmos evoluía constantemente.
Um ser em potencia (Wu-ki) gerava outro ser puro, eterno, virtuoso a e
sábio (tai Ki), que, por sua vez, através do Li, dirigia a matéria Ki, que era
uma substancia gasosa uniforme. Através da alternância de dois mundos (o Yin,
que era o moto da concentração, e o Yang, o da expansão) criavam-se todas as
coisas, incluindo os homens. Este processo evolucionista uma vez ao primitivo
estado caótico, para começar de novo segundo a lei do interno retorno. No
contexto deste macrocosmo, o microcosmo humano estava dotado de duas almas: uma
sensual, que voltava para a terra com a morte, e outra moral, que se uma com a
matéria celestial tenué.
O todo harmónico desta realidade cosmológica e antropológica podia e
devia ser conhecida exaustivamente estudado o livros dos sábios. Aquela
filosofia materialista e estes livros antigos constituíam o grama oficial dos
aspirantes a mandarins. Mas estes sabores enciclopédicos, que alimentavam um
intelectualismo aristocrático elitista, subordinavam a perfeição moral dos
homens à fria escolástica dos conhecimentos livrescos. Frente a esta doutrina
materialista e abstracta, Wang Yang Ming (1472-1529) propôs outra alternativa
de índoles espiritualista e personalista que se baseava na intenção moral, no
saber nato, no sentido do verdadeiro e do falso, do bem e do mal, no Lian-Tche,
que possuem todos os homens. Estes sem diferença de classe nem de formação,
reflectindo sobre si mesmos, podiam encontrar a perfeição e a felicidade de
adaptassem as suas maneiras de agir aos ditados simples do coração.
É claro que esta versão emancipadora e moral do confucionismo, apensar da
sua forca externa expansiva, entrou em choque com os privilégios dos próprios
mandarins, que proferiam as cuxistas de carácter autoritário e elitista ás de
Wang, que, auspiciavam, em principio, a liberdade interior, mas também
apontavam para a transformação de uma sociedade na qual o monopólio cultural
era ostentado pelos orgulhosos e exclusivistas mandarins.
Esta exigente e dura formação cuxista dotava os burocratas do império de
uma grande coesão, cuja uniformidade fazia com que o confucionamento administrativo
do estado fosse muito expeditivo, apensar de a primazia do literário filosófico
sobre o técnico se aucorar no passado metafísico, impossibilitando toda a inovação
intelectual, politico administrativa e tecnológica.
A este conservadorismo há que juntar a corrupção institucionalizada, na
qual estavam imersos este funcionários letrados. Privilegiados pela sua formação
elitista e procedência social (filhos de senhores feudais e grandes famílias
burguesas), tinham de refazer das enormes despesas feitas para chegar a meta da
sua carreira administrativa explorando de muitas maneiras a massa ignorante dos
administradores, cujas necessidade peremptórias eram totalmente depreciada pelo
poder que os mandarins representavam. No entanto, sendo importante esta
actividade administrativa de burocratas especializados, as suas funções estavam
muito condicionadas pelas decisões tomadas no seio do harém do imperador.
1.6. Os Eunucos
Se, em teoria, era o Augusto soberano (Huang-Di), que governava a china
seu limite de qualquer lei, na prática aquela actuação arbitrária ou despótica
de governo tinha três difíceis barreiras a ultrapassar: a Rivalidade dos clãs
formados pelos senhores feudais, o pesado aparelho administrativo dos
burocratas letrados e o império dos Harém, dirigido pelos eunucos (os castrados
guardiões das esposas e concubinas do imperado).
Sendo perigoso o poder dos senhores feudais e o dos mandarins, ambos
foram eclipsados face a frequente usurpação do poder imperial pelas alianças e
intrigas dos eunucos, tanto mais eficazes por lhes serem confiadas as tarefas domésticas
de confiança (administração dos bens imperiais) e responsabilidades delicadas (policia
secreta). Ocupavam também altos cargos políticos, monopolizando o conselho
central, ou Neige, e, sobretudo, aconselhavam e controlavam a esposa favorita, a
fim de conseguirem a nomeação do herdeiro a favor do seu filho, muitas vezes ou
menos capaz, com o fim de lhes criar um caminho cheio de dificuldades no
exercício do poder.
Este foi o caso do Eunuco Lin Chin, que durante o reinado de Wu Zang
(1506-1522) arrecadou uma fortuna incalculável desempenhando a função de um
verdadeiro vice imperador. Os graves distúrbios produzidos entre 1510 e 1512,
na província de Sechun, foram a irada resposta social á sua politica corrupta e
insuportável. Outro Eunuco prepotente foi We Chung-Hsei, que se apropriou do
poder na época do imperador Hsin Tsung (1621-1627), contra a burocracia dos
mandarins, que, sob a capa de «academia» literária, como a Tung-Lin, conspiravam
contra as camarilhas dos eunucos.
Aquela, prolongada e grave crise social, que só terminou com a revolta de
Li Tzu-Cheng, e estas lutas desmedidas pelo poder entre senhores feudais
Mandarins e Eunucos, agravadas pela constante ameaça dos ataques externos (Tártaros,
Mongóis, Japoneses e Europeus), e apoiada numa plataforma económica muito
frágil, cujos recursos eram insuficientes para alimentar uma China
superpovoada, foram propicia á queda da dinastia Ming, que recebera, ao longo
dos últimos séculos, a animosidade das populações submetidas á mais lamentável
das indigências.
1.7. Crise Social e Politica.
Tais lutas eram tanto mais grandes quantos príncipes de sangue, grandes e
Eunucos dispunham de uma forca própria com senhores do solo.
Os Ming procuraram
reforçar sua posição, criando uma espécie de classe feudal de parentes e de partidários.
Enfeudaram imensos domínios territoriais, isentos de impostos e de corveias.
Continuaram esta política nefasta durante o século XVI. Tais elementos feudais,
praticamente senhores nos seus domínios, onde um administrador dirigia por
conta deles a exposição, distribuía a justiça e exercia policia, tinham governadores
e intendentes na sua clientela e constituíam uma ameaça para o trono.
A vítima deste estado de coisa eram o camponês. Os eunucos e os
funcionários aumentavam sempre suas exigências em taxa ilegais e em dinheiro
para comprar a sua boa vontade. A outorga de grandes domínios territoriais a
títulos de feudos exasperava os camponeses expulso de seus campos. Oprimidos
pelos impostos, fugiam então, deixavam a terra ao abandono, tornavam-se
bandidos ou corsários; assim sendo, com o aumento da população, aliado á
extensão dos feudos, progredia o número dos salteadores e dos fora da lei.
CAPITULO II – A Dinastia Tsing
2.1. A Conquista e Expansão do Poder Manchu.
No nordeste da China e no sul do rio Amur, as tribos nómadas Turguses, os
Manchus, realizaram durante a primeira metade do século XVII uma acção dupla e
simultânea. Entre 1618 e 1644 lançaram ataques permanentes contra a china dos
Ming, e, por seu turno, acabaram por sofrer a influencia da civilização
superior, acabando por se transformarem, aos pouco em agricultores sedentários.
Um dos seus chefes, Nurhachu (1559-1626), confederou as tribos e dotou-as de
uma organização militar de oito unidades, as bandeiras, ou Ki, nas quais se
agrupavam alem dos Manchus, os Mongóis, os Tsong (1627-1643) completou a obra
do seu pai ao formar, em 11631, um governo e uma administração, inspirando-se
na ideologia politica de Confúcio e na burocracia dos Mandarins.[4]
Após a sua morte, sem deixar filhos, em 1643, as tribos Tunguses elegeram
o seu sobrinho Chuen Tche (1644-1651), que se tornaria, em 1644, o primeiro
imperador Chinês da nova dinastia Tsing. Dispondo do dispositivo militar eficaz
das bandeiras e aproveitando a ajuda solicitada do general Wu San Kuei, que
queria libertar Pequim das hordas populares do chefe rebelde Li Tzu-Cheng, os
Manchus ocuparam a capital Chinesa, de onde eliminaram após a conquista de
Nanquim, em 1645 os débeis focos de resistência da velha dinastia Ming, que se
tinha refugiado no sul da China. Posteriormente, com a incorporação da ilha da
formosa, em 1683, o poder Manchus ficava definitivamente permanente.
Contudo, a nova dinastia não se fechou nos velhos limites territoriais
dos Ming, e como nómadas guerreiros, puseram em pratica uma politica
expansionista, que os converteria nos donos da Ásia Central. Estas acções
militares vitoriosas foram levadas a cabo pelo terceiro filho de Chuen Tche,
Kang Hi, que herdou o trono imperial e governou desde 1671 ate 1722.Com as
derrotas de Galdan, o Chefe dos Mongóis Zungaro, em 1691, e 1697, não foi
difícil ao grande-cã Manchu conseguir a submissão dos outros cãs Mongóis, os
Jalgas e os Kloshots, que lhe prestaram vassalagem. Esta considerável expansão
territorial dos Manchus foi enriquecida pela aliança amigável com o dalai-lanca
que, a troco do reconhecimento do seu poder temporal sobre Lassa, consagrou a
ascensão da dinastia Manchu e Kang Hi foi honrado como protector por todos os
budistas da Ásia.
Na fronteira norte os Russos abriam caminho através do rio Amur (Yoyarkov)
tinha-o explorado entre 1643 e 1646, fundado nas suas margens a cidade de
Nertchinsk, em 1658), o que inquietava os Manchus, preocupados pela perda
possível dos acesso à china.
Este contencioso Russo-chines, resolver-se-ia com a assinatura do tratado
de Nertchinsk (a 6 de Setembro de 1689), através do qual, alem da fixação das
fronteiras comuns, eram estabelecidas as Clausulas de reciprocidade comercial.
Enquanto os chineses beneficiariam das peles russas, melhores do que as da
Mongolias e da Manchúria os russos tirariam abundantes benefícios devido a este
comércio.
2.2. Segregação e Assimilação
Para o controlo destes imensos territórios, os Manchus conquistadores não
ultrapassavam o número exíguo de 200.000 pessoas. Viram-se assim obrigados a
executar uma politica dominadora e segregacionista, com o fim de não
estabelecer um governo forte mas de sobreviver como grupo étnicos distinto. O
domínio absoluto do governo da nova ordem Manchu foi assegurado com a colocação
das unidades militares ou bandeiras na própria capital, nas cidades mais
importantes e em todos os pontos estratégicos do país.
A eficácia deste desenvolvimento militar consistia no facto de serem
entregues terras a soldados destas bandeiras, vivendo desta e sendo-lhes
encomendadas certas tarefas administrativas fundamentais. Desta forma, não se
fazia recair a subsistência do soldado sobre o campesionato chinês empobrecido
nem se prescindia dos Mandarins, que eram simplesmente controlados.
Esta política dominadora era reforçada por uma outra complementar, de
carácter segregacionista, segundo a qual era expressamente proibido os
matrimónios misto, sendo a população Chinesa obrigada a usar tranca distintas a
partir de 1645.
Esta imposição (militar
e racista), manteria incólume o controlo sobre todo o império e foi
acompanhada, paralelamente, de uma acção politica assimiladoras nos terrenos
inter-relacionados da cultura, da administração e da sócio-economia. Os Manchus
fizeram seu o confucionismo cuxita e deram continuidade a esta filosofia de
timbre autoritário, mantendo por completo o duro sistema selectivo dos exames
tradicionais.
Inclusivamente,
foi revalorizada a carreira dos funcionários letrados, na medida em que estes
burocratas qualificados tinham nas suas mãos os postos mais elevados do
aparelho administrativo do estado, libertado então dos temidos eunucos.
No campo das instituições, os novos senhores Manchus respeitaram o velho
sistema do Li-Jia os mandarins continuaram a manejar as molas da administração,
ainda que sob a vigilância atenta do oficial Manchu. O grande conselho do
imperador era o único na dos conquistadores. Com a dinastia Tsing, as instituições
chinesas anexas recuperam a forca num duplo sentido: foram libertados da
esclerose paralisante das intrigas dos Eunucos e dos senhores feudais (ao
afasta-los dos assuntos públicos e ao privar estes do seu apoio económico), mas
também as impulsionou, justapondo a acção vigilante e disciplinada do oficial-administrador.
No plano socioeconómico da procura feita pela população, restaurando a
paz social. Para tal, suprimiu os grandes domínios dos senhores feudais e dos
eunucos e transferiu aquelas terras libertadas para os soldados das bandeiras
e, em especial, para os antigos parceiros chineses, expulso anteriormente pelos
Ming.
Esta impressionante redistribuição da terra (cujo beneficiários já não
era o senhor feudal, mas sim um rendeiro) e um sistema de impostos mais
igualitários originou um afastamento da agricultura, que adaptaria as
características moderna de uma forma de «Jardinagem» intensiva e o aumento da
população que passaria de 100 milhões de habitantes em 1661, para 116 milhões
em 1710.
Quando nos finais do século XVIII, reapareceram a miséria rural e as
revoltas camponesas, o motivo foi a quebra de equilíbrio óptimo entre a
população e os recursos, mas não uma apropriação abusiva da terra por parte da
dinastia Tsing.
2.3- Os Manchus e a Dominação Chinesa
da Ásia Central.
Kang-Hi, todavia, ganhou popularidade por ter dado satisfação ao orgulho
chinês. Este nómada que, anualmente passava diversos meses na estepe, sobre a
sela e sob a tenda, só podia apresentar-se como imperador levando outros nómadas
a reconhecerem seu título. Praticou uma política de avassalamento da Ásia
central e de dominação sobre os bárbaros que tantos sofrimentos infligiram á
china na época dos últimos Ming.[5]
Os Sungares tentavam reconstituir o império de Gengis-Cã. Mas estes mongóis
declinavam em virtude do costume de partilhar os feudos, constituídos por
rebanhos e famílias de servos, entre os filhos do senhor. Os feudos tornavam-se
demasiado pequenos e, com o aumento do número de senhores, multiplicavam-se as
desastrosas guerras privadas.
Em 1691 e 1696, por duas vezes, graças aos mosquetes de suas tropas e à
artilharia fornecida pelos jesuítas, Kanh-Hi venceu Galdã, chefe dos sugares.
Tomou sob sua protecção os mongóis orientais ou Calcas. De boa vontade seus
príncipes fizeram, diante do imperador da China, bárbaros como eles, as três
genuflexões e nove prosternações em sinal de homenagem. Tratando de nómada para
nómada, as cãs mongóis vincularam-se a seu serviço mediante soldo, forneceu
cereais às suas tribos em época de fome, interditou suas guerras privadas.
Chegaram os comerciantes chineses. Aumentou a quantidade de produtos
fabricados, certamente, pois, no começo do século, um fuzil era trocado por
cinco cabeças de gado, ao passo que no fim uma couraça e um fuzil trocavam-se
apenas por um cavalo.
Seguiram-se-lhes colonos chineses. Fixaram-se grupos de sedentários.
Elementos calcas principiaram a tornar-se lavradores ao mesmo tempo que
criadores e a exerce actividades artesanais complementares. Os rebanhos
diminuíram e as transumãncias faziam-se em percurso mais curtos. Mas tratava-se
somente do início de uma evolução que deveria conduzir e capitalista. Kang-Hi,
aliás, pretendia manter a organização feudal e utiliza-la para finalidades
militares e policiais
Por outro lado, Kang-Hi, reforçava sua influência sobre os budistas,
numerosos na china, mediante um acordo com o Dalai-lama. Este consagrou o
acesso da dinastia manchu ao império, recebendo, em troca, a garantia de seu
poder temporal. Em 1713, Kang-Hi fez reconhecer em Lassa a autoridade de um
Dalai-Lama completamente devotado à dinastia Manchu. Foi imenso o prestígio de
Kang-Hi entre os Budistas desde o Cáspio até o Oceano Pacifico.
2.4. As Revoltas e Lutas dos Camponeses[6]
O regime vigente na china, desde o século XVII até ao século XIX. Em 1644, a china foi cenário
de uma importante revolução, durante a qual os camponeses se apoderaram de
Pequim, a capital, e confiscaram todos os bens de grande número de fidalgos
feudais. Estes atraiçoaram o povo, apressando-se a pedir, auxílio aos manchus,
um povo nómada.
A cavalaria manchu entrou na china e dominou a revolução camponesa.
Porem, uma vez repostos no poder aos senhores feudais, os manchus não se
retiraram da china. Desde 1644 até 1912, uma dinastia manchu, portanto estrangeira,
os Ching, governou o país. Os feudais manchus haviam-se apoderado das melhores
terras e impunham a população chinesa toda a espécie de imposto e tributos.
O poder do imperador da china era absoluto. Chamavam-lhe o «filho do
sol». Para mostrar que era filho do sol, vestia somente de amarelo. Só ele e os
parentes mais chegados podiam usar mantos, roupas, véus, e, adornos de cor
amarela. Ninguém, senão eles tinha o direito de ostentar um fio da dita cor nas
suas roupas.
A china estava submetida ao regime feudal. Os senhores não cultivavam
directamente as terras e normalmente não exigiam qualquer trabalho pessoal aos
seus camponeses, os quais, por outro lado, continuavam na situação de servos.
Os camponeses não podiam inscrever-se no registo público de um lugar que não
fosse aquele onde haviam nascido e onde estava o cemitério familiar. Não se
lhes reconhecia o direito de abandonar a sua terra natal e não podiam separa-se
dos seus senhores.
Por não possuir terras, o camponês tinha de arrendá-la ao senhor, a quem
ele pagava 60 ou 70 % da sua colheita. A maioria dos camponeses também não
possuía gado, trabalhava a terra à mão, com picareta, e puxavam eles próprios o
eirado. O facto seguinte, relatado pelo célebre explorador Russo Lissianski,
que em principio do século passado esteve na China, durante a sua viagem à
volta do mundo, demonstra claramente até que ponto a população carecia de
direitos e dependia dos senhores feudais e dos funcionários públicos: um dia um
funcionário chinês, um mandarim, viu um relógio na algibeira de um comerciante.
Na época, os relógios eram muito valiosos na china. O mandarim, sem mais explicações,
deitou a mão à algibeira do comerciante e tirou-lhe o velho relógio, passando
para o seu próprio bolso. O comerciante que intimo, cobria o mandarim de maldições,
teve de sorrir da forma mais afável possível e agradecer humildemente ao
funcionário a «honra» que lhe fizera, apoderando-se do seu relógio.
Os camponeses eram vexados, principalmente pelos funcionários
governamentais. Os senhores manchus, que mandavam no país, obrigavam-nos a
transportar de uma lado para o outro tudo aquilo de que o estado necessitava,
forçavam-nos a consertar as, estradas, submetiam-nos a toda a espécie de prestação
de serviços pessoais.
Os camponeses morriam de fome com aterradora frequência. Era habitual
vê-los venderem os filhos. As cidades chinesas transformaram-se em autênticos
viveiros de mendigos e os habitantes pobres das cidades costeiras viviam quase
sempre nas embarcações. Entretanto, o artesanato e a manufactura começavam a
incrementar-se na china. Havia no país grandes cidades industriais europeus.
Cercados de altas muralhas, apenas nelas viviam os dirigentes políticos, os
funcionários públicos e o exército. Os senhores feudais que, conforme vimos,
não se ocupavam da gerência das suas propriedades, moravam também nas cidades
descritas atrás. Os camponeses apenas entravam nelas quando iam pagar os
impostos.
CAPITULO III. O Mundo Chinês e a
Europa
Sobre este domínio bárbaro o estado chinês tornou-se forte, portanto, mas
a civilização chinesa declinou e tornou-se mais exclusiva do jamais a fora. Na
época do último Ming e dos Tsing, a china permaneceu oficialmente fechada aos bárbaros.
Os chineses consentiam somente em receber, através de algumas brechas abertas
em fronteiras, Cantão, Su-Tcheu, embaixadas que vinham prestar homenagem e
trazer um tributo. Tratava-se de uma ficção. Os estrangeiros agrupavam, à volta
de um pretenso embaixador, mercadores que beneficiavam das franquias
diplomáticas, e seus chamados presentes eram, na realidade, trocados por
mercadorias mais preciosas. Os mandarins sabiam disso, mas o essencial era
manter a aparência da dominação universal do «império do meio». Quanto a abrir
mais a china aos estrangeiros, não pensavam nisto. Via de regras os
estrangeiros não eram capazes de receber a civilização e a china, centro civilizador
do mundo, nada tinha a aprender dos bárbaros.
Foi uma verdadeira catástrofe para a humanidade a chegada dos europeus
quando os chineses se encontravam dominados por um orgulho levado a tão alto
grau. Duas grandes civilizações foram condenadas a se reconhecer pouco e mal e
permanecer, no fundo, estranha uma à outra.
Quando Albuquerque tomou Malaca, em 1511, os mercadores chineses que ai
se encontravam foram seduzidos pela sua acolhida cortes, tão oposta às tirania exacções
do sultão de Malaca e prontificaram-se a servir de instrutores à embaixada de
Tomas Pires em Cartão, em 1517. Os chineses ficaram impressionados pelos olhos
aprofundados, o nariz proeminente e os castelos flutuantes dos estrangeiros.
Sorriam das maneiras descorteses destes bárbaros que entraram no porto, ao
troar dos canhões, desfraldando o pavilhão branco com a grande cruz vermelha, e
se apresentaram armados, erectos, falando alto e gesticulando. Mas
contentaram-se em dizer que apenas ao imperador competia ceder um território
aos estrangeiros e fizeram seu relatório, conformemente às ficções oficiais
dizendo:
“ Um capitão geral e um embaixador vieram à china com um tributo por
ordem do rei dos Fo-Lang-Ki. Vieram solicitar, segundo os costumes, um timbre
do senhor do Mundo, do filho do céu, de molde a poderem prestar-lhe
obediência.”
Houve relações
comerciais regulares com Cartão, de 1514 a 1522. Pires dirigiu-se a Pequim em 1521.
Mas o sultão de Bantam reclamou a protecção do imperador, na qualidade de
vassalo da china. Os portugueses, por suas violências, confirmavam as denúncias
feitas pelos muçulmanos. Pires exprime seu estado de espírito ao declarar que,
excluindo-se a profanação de uma hóstia numa igreja ou a conversão ao Islão,
nada via que impedisse a conquista do céu.
O governador de Nanquim adjurou o imperador a não tolerar qualquer
ligação com este Fo-Lang-Ki, ávidos e empreendedores que, sob pretextos
comerciais, espionavam o lado fraco do pais onde eram recebidos, tentavam nele
firmar pé como mercadores, à espera de poderem tornar-se os senhores. Os
portugueses foram forçados a se satisfazer com actos de pirataria e de
contrabando, em cujo decorrer mais de uma vez os castigaram as frotas chinesas.
Enfim, apossaram-se de Macau, “ o porto da Cidade de Nome de Deus” em
1550 e, após serviços prestados contra os piratas chineses e japoneses, ao que
se acredita, o imperador autorizou-os a lá permanecer e a vir uma vez por ano a
Cantão, para fins de abastecimento, pagando às alfandegas da china apenas a
mesma taxa que os chineses 1554. Isolados em Macau por uma muralha construída
pelos chineses, os macaísta conheciam melhor o Japão que a china.
3.2. A China e a Evangelização
Os missionários não tinham mais direitos de penetrar na china do que os
europeus. Os sacerdotes e os Jesuítas de Macau, os franciscanos e agostinhos de
Manilha, que tentaram entrar, no século XVI, foram detidos. Quando os mandarins
chegavam à convicção de que nenhum mau propósito os animava, os eclesiásticos
eram tratados cortesmente recebiam uma esmola e eram reembarcados com doçura e
firmeza. A principio os missionários tiveram de contentar-se com algumas
conversões efectuadas entre os chineses de Macau, os de Paria em Manilha, e na
população do Camboja e do Aname, onde se travou uma ardente luta de influencias
entre os missionários provindo das Filipinas e os malaios muçulmanos. Quanto à
China, os macaístas dizia, que era mais fácil transformar um negro em branco,
do que evangelizá-la.
Jesuítas, entretanto com o padre Valignani, que introduziu a estudar o
Chinês o padre Ruggieri, em 1578, e depois o padre Ricci, em 1582, elaboraram
um, todo de penetração. Tratava-se de evangelizar e não de assimilar.
Procurando adaptar-se a tudo e a todos, como o fizera São Paulo, para ganhar
todos os corações, os jesuítas, assim, tornaram-se chineses e letrados.
Os jesuítas procuravam conciliar o cristianismo com o culto dos
ancestrais. Todos os chineses prestavam culto fielmente às almas dos mortos da
família. Sua família era ainda análoga à gens romana, sendo seu culto muito
semelhante ao que os romanos prestavam às alma dos mortos. Os jesuítas
examinaram os textos confucianos e concluíram que, segundo o agnóstico Confúcio,
este culto tinha um valor simplesmente social e político. Quando era
idolátrico, isto se dava em virtude de um desvio. Era preciso reconduzir os
chineses à sua verdadeira doutrina e permitir-lhes o culto dos antepassados.
Outra grave questão era a dos nomes a atribuir a Deus, os Chineses
utilizavam os nomes de Tien, que significava céu, e de Chang-Ti, “ soberano
senhor”. Havia vantagem no aproveitamento destes nomes, que se encontravam nos
mais antigos textos chineses. Por causa do respeito dos chineses a tudo o que
fosse antigo, um grande passo seria dado se fosse possível mostrar-lhes que o
Tien e o Chang-Ti eram um Deus semelhante ao dos cristãos.
Graças aos ritos chineses, em 1608 havia 300 cristão em Pequim, quase todos
letrados e mandarins. Em 1616, o0s jesuítas tinham sete residências em Pequim,
Nanquim, Tche-Kiang e Cuang-Si. Em Cantão, havia 22 sacerdotes para 13.000
cristãos. Obtiveram uma tolerância de facto para os outros missionários,
franciscanos e dominicanos. Em 1650, construíram a primeira igreja cristã em Pequim. Em 1667, os
cristãos chineses eram em números superior a 300. 000.
CONCLUSÃO
De tudo que abordado, chegamos a conclusão que a dinastia Ming, lançou as
bases de um estado menos interessado em comercio do que em extrair recursos do
sector agrícola. Talvez devido ao passado camponês do imperador, o sistema
económico Ming enfatizava a agricultura, ao contrário do que fizeram a dinastia
Sung e mongol, cujas finanças se baseavam no comércio. As grandes propriedades
rurais foram confiscadas pelo governo, divididas e arrendadas. Proibiu-se a
escravidão privada, o que fez com que os camponeses com a posse da terra predominassem
na agricultura. Toda a administração do império dos Ming apoiava-se nos mandarins,
funcionários letrados com grande preparação intelectual, que tinham de passar
por rígidas provas de selecção embora pertencessem às grandes famílias.
Os manchus na china pregavam a sua própria língua, mantinham suas
tradições, com tiro com arco e o hipismo, e detinham privilégios económicos e
legais nas cidades chinesas.
Ao longo do meio século XVII, os manchus consolidaram o seu controle
sobre o território antes pertencente aos mings e ampliaram sua esfera de influência
para incluir o Tibete e a Mongólia.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
[1] Historia Universal, do
Islão e da Cristandade Medieval ao absolutismo monárquico, é uma obra do grupo
editorial Oceano, vol. I, 1992, p.544
[2] Grupo editorial Oceano,
op. Cit.545
[3] Toda administração do
império Ming apoiava-se nos mandarins, funcionários letrados com grande preparação
intelectual, que tinham de passar por rígidas provas de selecção embora
pertencessem às grandes famílias.
[4] Grupo Editoral oceano.op.cit.546-
547
[5] Grupo Editoral
oceano.op.cit.548
[6] Galvine Zubok Efimove,
Historia Moderna, o Imperialismo, volume II.11,12,13
Por Domingos Segredo Manuel, licenciando em Ciências da Educação - História
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